A queda da ponte Juscelino Kubitschek, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), gerou comoção e alertou para a precariedade da infraestrutura viária brasileira. O acidente, ocorrido no domingo (22), resultou na morte de duas pessoas e no desaparecimento de oito, além de causar grande impacto nas comunidades locais e no transporte de cargas na região. A estrutura, localizada na BR-226 e sobre o rio Tocantins, colapsou enquanto três carretas, três motos e um carro de passeio trafegavam pelo local.
As buscas foram inicialmente suspensas devido ao transporte de ácido sulfúrico por uma das carretas envolvidas, representando risco à segurança das equipes. Posteriormente, os trabalhos foram retomados com uso de botes.
As vítimas fatais foram identificadas como Alana, de 25 anos, e Marçon Gley Ferreira, de 42 anos, ambos em motos. Os desaparecidos incluem duas crianças, duas mulheres e quatro homens. Um dos ocupantes do carro que caiu foi resgatado e está hospitalizado, mas sua esposa e filho continuam desaparecidos.
Construída na década de 1960, a ponte de 533 metros de extensão vinha sendo alvo de críticas e alertas por conta de sua deterioração. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o desabamento ocorreu devido ao colapso do vão central. O trânsito no local foi completamente interditado, e rotas alternativas foram indicadas aos motoristas.
A tragédia evidenciou a necessidade de ações estruturais para evitar que outros acidentes semelhantes ocorram em um país onde muitas pontes e rodovias enfrentam sérias limitações por falta de manutenção.
O Sindifiscal reforça que acidentes desse porte não podem ser tratados como casos isolados e exigiu respostas concretas das autoridades.
O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, lamentou a tragédia nas redes sociais, destacando que o governo estadual está mobilizado para prestar apoio às vítimas e às equipes de resgate. Ele também garantiu que a reconstrução da ponte será prioridade, embora ainda não exista previsão para o início das obras.
Com a interdição completa da ponte, o DNIT indicou rotas alternativas para os motoristas, com desvios passando por Darcinópolis/TO, Luzinópolis/TO, São Bento/TO e Axixá/TO até Imperatriz/MA.
O SINDIFISCAL, que tem representação na região por meio do Posto Fiscal de Aguiarnópolis, lamenta profundamente a tragédia e expressa solidariedade às famílias das vítimas e desaparecidos. A entidade reforça a necessidade de uma investigação criteriosa para evitar futuros acidentes dessa magnitude.
O Sindifiscal também reforça a importância da manutenção preventiva na infraestrutura viária. "Muitos auditores fiscais utilizavam a ponte diariamente, assim como milhares de profissionais que dependem dela para o transporte de cargas entre o norte e o sul do Brasil. É urgente repensar o sistema logístico do país e realizar uma investigação séria para compreender como essa tragédia anunciada chegou a esse ponto", destacou o sindicato.