Que ironia que na ocasião em que se comemora o dia do trabalho, tramitem no Congresso Nacional reformas que desprezam os direitos do trabalhador para atender a interesses segregadores. De uma lado, a reforma da Previdência torna a aposentadoria um sonho impossível de conquistar, do outro, a reforma trabalhista rasga a CLT e atribui ao patrão poder de imposições autoritárias sobre os empregados.
É o fim da utopia da política como meio de representatividade popular. O véu que escondia as motivações do Executivo se rasgou e revelou que as alianças com o sistema financeiro são as prioridades dos governantes que deram as costas para quem os elegeu. O trabalhador asiste a anulação dos direitos conquistados com anos de luta e a cassação da sua dignidade através de manobras travestidas de reformas.
As reformas trabalhista e da Previdência afrontam a massa trabalhadora sem parâmetro com os antecedentes da história. Nesta fase sombria, o Sindifiscal empenha-se e põe suas expectativas na constância do movimento que “bate o pé” e não se curva ao descaramento da política de austeridade atual.
O trabalhador, tanto do setor privado como do público, tornou-se bode expiatório, castigado pela corrupção que não cometeu, destinado a pagar a dívida desta corrupção, além de estar sendo vitima das mentiras dos defensores das reformas, propagadas por milionárias campanhas custeadas com o dinheiro do cidadão para convencê-lo de que as reformas o trarão benefícios.
Há um dizer comum, que se tornou jargão das lutas classistas, mas se adéqua como nunca ao que vivenciamos agora: "No dia do trabalho, não temos o que comemorar." Temos sim é que juntar forças entre todas as categorias e segmentos de trabalhadores e da sociedade para enfrentarmos a força do capital que tenta se apoderar dos nossos direitos trabalhistas e previdenciários.
É necessário que acionemos os parlamentares federais - deputados(as) e senadores(a) - para que reflitam sobre o grande mal que se instalará nas vidas de seus eleitores, caso essas reformas sejam aprovadas. Lembra-los que hoje o voto é deles, mas em 2018 será nosso, e será exercido com base no desenrolar desse projeto de desconstrução da previdência e da CLT.
18 de Novembro de 2024 às 15:47